
Depoimento do Director Executivo do Estúdio Olhar Artístico
Sérgio e Anabela conversam como se estivessem no jardim, ao mesmo tempo que apresentam o roteiro do evento que, diga-se de passagem, estava recheado de momentos criteriosamente preparados para um público naturalmente exigente, aliás, a organização do PREICC fez questão de trazer da França, a cantora moçambicana Assa Matusse. Assa atuou e justificou o “investimento”. Ok… o evento foi resultado de parcerias de diversos actores, públicos e privados, com destaque para o Banco Absa como patrocinador honorífico e a Sasol como patrocinador oficial. Bem… parece que a Assa Matusse podia vir de qualquer parte do mundo, até da lua, a passagem aérea estaria garantida.
Sem condições de buscar alguém na lua, as Linhas Aéreas de Moçambique – LAM, na qualidade de mais um dos vários parceiros do PREICC, cumpriu o seu papel no seu próprio espaço aéreo, garantindo as passagens de vários artistas das outras províncias do país, que vieram tornar o PREICC num evento verdadeiramente inclusivo.
Mas não foi só com a presença dos artistas que a organização quis doptar o evento de alguma representatividade, as atuações musicais, de teatro, dança e poesia prenunciavam:
Dos galardoados não faltariam jovens, novos talentos, mas também, os Legendários, diria Matilde Muocha “em repúdio” à expressão Velha Guarda, enfim, pessoas colectivas e individuais numa diversidade de orientações artísticas foram elegíveis para receber o troféu, acompanhado de um cheque de Cento e Vinte Mil Meticais para cada laureado.
Quando chamado ao palco, Pipas Forjaz em representação da Mahlafilmes, abraçou e nunca mais largou o seu colega de profissão Gabriel Mondlane, que tinha a missão de fazer a entrega do prémio na categoria de cinema, merecido, diga-se de passagem.
Outro prémio merecido foi o último a ser entregue, o de carreira, atribuído à escritora moçambicana Paulina Chiziane que a partir de onde esteve, algures em Albazine, sei lá… ouviu a reverberação da aclamação do público presente.
Na categoria de música, Jimmy Dludlu foi aclamado enquanto subia ao palco para receber o prémio das mãos de Ovídio Rodolfo, Director Geral da Sasol em Moçambique. Preciso dizer mais alguma coisa?
Ah, sim, o prémio revelação foi entregue à Banda Marrove, para a alegria da classe artística de Nampula. E claro, os artistas da cidade da Beira e de Sofala no geral, com certeza vibraram quando Calene foi chamada para receber o prémio na categoria de teatro. Que fique claro, eu escrevi Calene e não Calane, mas o escritor e poeta moçambicano Calane da Silva foi homenageado num grupo de artistas que perderam a vida não antes de deixar legado. Ok, sim, Azagaia também foi homenageado em grande estilo, com o punho no ar.
Os membros do júri presididos por Nataniel Ngomana, ainda elegeram Nivaldo Tierry como vencedor na categoria de Moda, Manuel Fernando Bata nas Artes Plásticas, na Literatura o prémio foi para a Editora Fundza. Outra entidade colectiva que saiu laureada na categoria de Dança, é a Dans’artes, fundada pela bailarina moçambicana Maria Helena Pinto. Mélio Tinga completa a lista dos 10 artistas premiados e voltou para casa com o prémio na categoria de design.
Não sei se Nataniel Ngomane sabe disso, mas quando o evento acabou, eu fiquei a ganhar na categoria de networking, reencontrei muitos amigos e colegas e actualizei os contactos. No fundo no fundo ninguém saiu perdedor, todos ganham com o Prémio das Indústrias Culturais e Criativas – PREICC, organizado pelo Ministério da Cultura e Turismo, através do Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas – INICC.
Sérgio Marcos, obrigado por ao lado da Anabela, representar os “Sérgios” da melhor forma possível.
Daqui a 2 anos volto com mais novidades.
Sérgio Libilo